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sábado, 26 de março de 2016

AS 9 NECESSIDADES BÁSICAS DO SER HUMANO


SUBSISTÊNCIA - É ter onde morar, o que comer e um trabalho que traga satisfação. Isso, de acordo com Max Neef, promove saúde física e mental, equilíbrio e bom humor. 
PROTEÇÃO - É tudo aquilo a que o cidadão tem direito, como um sistema de saúde eficiente, segurança de ir e vir. É a sensação de estar protegido, seguro. O que isso gera? Autonomia e solidariedade. 
AFETO E AMOR - Ter amigos com quem contar, familiares próximos ou mesmo um animalzinho para cuidar são essenciais entre as necessidades humanas, de acordo com a teoria do economista chileno. Essas relações aumentam a autoestima, a tolerância, a receptividade e os sentimentos bons, como a generosidade e a compaixão. 
PARTICIPAÇÃO - É cooperar com o todo, colocar em prática seus deveres como cidadão, reciclando lixo, economizando água ou fazendo alguma atividade voluntária. A participação traz a sensação de estar adaptado ao meio. Gera também solidariedade, entrega, respeito e disposição.
COMPREENSÃO - Quer dizer compreender e ser compreendido. A educação formal ou informal tem peso aqui. Ler, conversar, ter acesso à informação e sociabilizar promove a satisfação, pois com base nisso se desenvolvem consciência crítica, disciplina e intuição.
ÓCIO - Carpe diem literalmente é aproveitar o tempo livre para lazer, sair com a família e os amigos, fazer algo prazeroso. Seja ler um livro, seja viajar para um lugar calmo, o ócio ajuda na criatividade, imaginação e receptividade. E, de quebra, deixa qualquer um mais tranquilo e em paz.
CRIAÇÃO - É fazer aquilo que dá prazer, no trabalho ou nas horas livres, desenvolvendo habilidades e talentos. Por exemplo, descobrir a capacidade de inventar, construir, interpretar ou desenhar. Os resultados são intuição mais apurada e percepção da realidade.
IDENTIDADE - É composta pelo conjunto de valores de cada um: símbolos, linguagem, religião, cultura. Isso traz a sensação de pertencer, de fazer parte de um grupo.
LIBERDADE - É ter igualdade de direitos, poder ir e vir com tranquilidade, respeitar e ser respeitado. 
Texto tirado da revistas Bons Fluidos, Jul/2003 escrito por Ana Holanda

sábado, 23 de maio de 2015

COISAS QUE A CIÊNCIA NÃO CONSEGUE PROVAR: NÃO VIVEMOS NA MATRIX

O filósofo francês René Descartes, no século 17, estabeleceu as bases do racionalismo. Ele começava duvidando de tudo, e depois ia restabelecendo as verdades com base na razão. As 3 conclusões a que chegou, que serviram de base a todo o resto, são bastante conhecidas: "Penso, logo existo", "Deus existe" e "O mundo existe". É sempre chato desapontar um gênio como Descartes, mas é muito difícil justificar cientificamente essas conclusões. Começando pela que talvez pareça mais óbvia: o mundo existe. O que nos garante que o mundo existe de verdade - e não é apenas uma simulação criada por computadores ou pelos nossos sentidos, como no filme MATRIX? Nada. É impossível provar cientificamente que essa ilusão, a Matrix, não existe. E isso acontece porque o método científico é freado já em sua primeira etapa: a observação. Nós observamos o mundo a partir dos nossos sentidos: visão, olfato, paladar, tato e audição. Só que eles nos enganam. Se estamos assustados, por exemplo, podemos ouvir barulhos que não existem. E, principalmente, não temos acesso direto à realidade - nossas sensações são produzidas pelo cérebro, que recebe e interpreta sinais e transforma o resultado em algo acessível pela consciência. Ora. Se o ser humano não consegue observar o mundo sem passar por esse filtro, não tem como provar se ele é real ou apenas uma ilusão. "E se a nossa civilização atingisse um estágio pós-humano (muito avançado) e começasse a rodar simulações de épocas anteriores? Como podemos saber se não estamos numa dessas simulações?" pergunta o filósofo Nick Bostrom, da Universidade de Oxford. Ele tem razão. Cientificamente, nada garante que não estajamos vivendo dentro da Matrix. 
Superinteressante - JUN/2010 - Salvador Nogueira

COISAS QUE A CIÊNCIA NÃO CONSEGUE PROVAR: ÓVNIS NÃO SÃO REAIS

Normalmente, quando alguém aparece com uma suposta foto de disco voador, o especialista consultado costuma ser um astrônomo. Eles conseguem refutar a esmagadora maioria das supostas aparições de óvnis (geralmente fraudes ou ilusões de ótica). Mas não conseguem descartar totalmente a questão. Tudo por causa do método científico. Quer ver? A primeira etapa, observação, transcorre sem qualquer dificuldade: existem, afinal, aparições de óvnis a ser estudadas. A segunda etapa, pergunta, também rola sem problemas. Basta formular a questão "as visitas de extraterrestres à Terra são reais?" Depois vem a hipótese: essas visitas não são reais porque as imagens são fraudes, ou apenas ilusões - existem certos fenômenos atmosféricos que podem produzir efeitos semelhantes aos de óvnis. Até aí, tudo bem. 
O problema vem na etapa seguinte, a experiência. Não é possível fazer um experimento controlado com ETs. Nem sequer podemos prever quando os supostos discos voadores vão aparecer no céu. Sem experiência, não há conclusão - e não se prova nada.
Se os aliens apenas deixassem um sinal físico de sua existência - um pedaço de nave, que pudesse ser testado em laboratório para provar sua origem extraterrestre -, a questão voltaria ao alcance da ciência. "O mais frustrante é que, mesmo após milhares de avistamentos de óvnis, nenhum produziu evidências físicas que pudessem levar a resultados reprodutíveis em laboratório", diz o físico Michio Kaku, da Universidade da Cidade de Nova York.
Superinteressante - Jun/2010 - Salvador Nogueira

COISAS QUE A CIÊNCIA NÃO CONSEGUE PROVAR: DEUS NÃO EXISTE?

Esta o biólogo inglês Richard Dawkins, um dos principais cientistas do mundo e líder de várias campanhas ateístas, adoraria dizer que pode provar. Afinal, dizer que alguma coisa acontece "por causa de Deus" é inadmissível para cientistas como ele. Porque essa é uma afirmação que, no fundo, realmente não explica nada. Mas é impossível provar que Deus não existe, porque o método científico só consegue testar a validade de hipóteses que, em tese, possas ser refutadas com provas. Se você levantar uma hipóteses como "a Terra é quadrada", por exemplo, pode testá-la mandando uma nave espacial fotografar o planeta. É uma prova objetiva. Já com a existência de Deus, não é assim. Como conseguir provas? Onde procurá-las? Mesmo se fosse possível criar um teste para medir a existência de Deus, ele poderia optar por não aparecer - ou simplesmente fingir que não estava lá. 
O problema para os pesquisadores é que a ciência, ao contrário da Igreja, não prova as coisas pela negativa. Quando o Vaticano quer provar um milagre usa a ausência de provas em contrário  - obtém laudos de cientistas dizendo que eles não conseguem explicar aquele fato. "Se os peritos afirmam que a ciência não pode explicar o acontecido, aquilo passa a ser reconhecido como intervenção divina", explica Luiz Carlos Marques, especialista em história religiosa da Universidade Católica de Pernambuco. 
O método científico não funciona assim. Como os cientistas costumam dizer, a inexistência de provas não é uma prova de inexistência. A única coisa que a ciência pode fazer é afastar Deus do nosso dia a dia, explicando o Universo e as coisas de forma lógica e racional em vez de atribuí-las a fenômenos sobrenaturais. Mas daí a dizer que Deus não existe, vai uma enorme distância. E, se Richard Dwakins não gostar, sempre pode tirar as calças e pisar em cima. 
SUPERINTERESSANTE - JUN/2010 - SALVADOR NOGUEIRA

COISAS QUE A CIÊNCIA NÃO CONSEGUE PROVAR: EXISTE VIDA APÓS A MORTE?


O corpo humano é feito de células. Quando elas morrem, você morre. Não existe alma nem reencarnação. Essa é a visão científica tradicional. Mas bilhões de pessoas acreditam em vida após a morte. Elas estão erradas? Não há como garantir que estejam. O fato é que a ciência não consegue provar que alma e reencarnação não existem, por um motivo simples: como testar algo que não deixa evidência palpável? Até hoje, ninguém conseguiu encontrar ou medir a alma das pessoas. E olha que isso já foi tentado. Em 1907, o médico americano Duncan MacDougall pesou 6 pacientes antes e depois da morte. Ele achava que se a alma existisse, quando a pessoa morresse, ela sairia do corpo, deixando o cadáver com um peso menor que o indíviduo tinha quando estava vivo. MacDougall comprovou sua teoria. Mas, como ele mesmo admitiu depois, duas das medições estavam erradas - e um cadáver voltou a recuperar o peso. Novos testes foram feitos nas décadas seguintes e nunca provaram a tese. Estudos mais recentes sugerem que o cérebro pode gerar alucinações, em que a pessoa sai do próprio corpo, durante a morte. Mas só porque a nossa mente cria ilusões de alma não quer dizer que ela de fato não exista. Sem testar a reencarnação em laboratório, é impossível provar que ela não é real. 

SUPERINTERESSANTE - JUN/2010 - SALVADOR NOGUEIRA

sábado, 1 de dezembro de 2012

A FELICIDADE NA FILOSOFIA

"Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente" 
Érico Veríssimo em Olhai os Lírios do Campo

Os primeiros a falar em felicidade foram os antigos gregos, no século VII antes de Cristo. Desde então, a maneira de defini-la mudou muito. 
TALES DE MILETO (624-545 a. C.), um dos primeiros filósofos gregos, não distinguia a felicidade do prazer sensual e da saúde física. Feliz, para ele, é "aquele que tem o corpo sadio, forte, e uma alma bem formada". 
Para PLATÃO (427-347 a.C.), porém, a felicidade está relacionada com a virtude, e não com o prazer. Na sociedade grega da época, virtuoso era quem seguia os preceitos da moral e cumpria seus deveres. ARISTÓTELES (384-322 a.C.) identificou vários graus de felicidade e atribuiu o valor máximo à sabedoria.
Um dos maiores filósofos cristãos da Idade Média, o italiano SANTO TOMÁS DE AQUINO (1228-1274), definiu a felicidade como "beatitude", a comunhão total com Deus. Ela não tem, portanto, qualquer relação com os bens terrenos e só pode ser obtida com uma dádiva divina. A partir do Renascimento, a noção de felicidade voltou a ser vinculada ao prazer, como era na Grécia antes de Platão. 
O inglês JOHN LOCKE (1632-1704) afirmou que a felicidade "é o maior prazer de que somos capazes, e a infelicidade a maior pena". O alemão GOTTFRIED WILHELM LEIBNIZ (1646-1716) concordava, e a definiu como "um prazer durável, o que não pode acontecer sem um progresso contínuo em direção a novos prazeres". Com a escola utilitarista, a ideia ganhou um cunho social. O inglês JEREMY BENTHAM (1748-1832) tornou célebre sua fórmula segundo a qual "o objetivo correto de qualquer ação é o de produzir a maior felicidade para o maior número de indivíduos". Para o seu compatriota JOHN STUART MILL (1806-1973), a felicidade depende de circunstâncias objetivas e, por isso, só pode ser obtida pelo homem enquanto membro da sociedade. 
Já o alemão IMMANUEL KANT (1724-1804) a via como uma meta inatingível, já que depende da realização de todas as necessidades, inclinações e desejos do homem. Também o alemão, ARTHUR SCHOPENHAUER (1788-1860) era ainda mais pessimista. Para ele, o que existe é apenas a ausência de dor ou de privação, à qual se seguirá, infalivelmente, um novo sofrimento.
A filosofia do século XX dá pouca importância ao assunto. O francês JEAN-PAUL SARTRE (1905-1980) se interessava mais pela angústia, apontada como uma consequência inevitável do fato de o homem ser livre para fazer suas próprias escolhas. Em compensação, a felicidade se tornou um dos temas prioritários na obra do austríaco SIGMUND FREUD (1856-1939), o fundador da Psicanálise. Segundo Freud, "o conjunto da nossa atividade psíquica tem por objetivo nos proporcionar o prazer e fazer-nos evitar o desprazer."

Trecho tirado da revista Superinteressante Maio 1999 escrito por Mariana Fernanda Vomero. 


segunda-feira, 23 de julho de 2012

FELICIDADE, ENFIM por Gustavo Ranieri

É noite quando você volta para casa. Abre a porta, vê quem ama e é tomado por um sentimento breve e intenso. Em sua mente surge a afirmação: "Felicidade é isso". Depois, meio que por impulso, reflete melhor: "Felicidade não pode ser tão simples assim". Certo é que não há filósofo que responda precisamente essa questão. Todavia, basta nosso mais simples impulso de tentar compreender quem somos e o que nos faz felizes para outra vez nos ligarmos ao que a filosofia muito já tentou elucidar. "Em cada época entendemos a felicidade de forma diversa", lembra Vásquez. Assim, todos dependem apenas de si para encontrar o caminho. Você pode ser feliz quando tem uma vida realizada, ou com coisas triviais, como tomar sorvete, assistir TV ou levar o cachorro para passear. "A felicidade é proporcional ao nosso modo de viver". 
Portanto, seja qual for o seu caso, a filosofia está aí para ajudar a pensar e a refletir sobre o mundo e sobre si mesmo. E, para aquele que precisar de apoio, vale tomar como lema e seguir a frase do célebre filósofo alemão Friedrich Nietzche (1844-1900): "Torna-te aquilo que és". Boa sorte. 

terça-feira, 26 de junho de 2012

TRABALHAR, TRABALHAR por Gustavo Ranieri

Pode ser que em alguns momentos - talvez muitos - você ache que vem trabalhando bem mais do que deveria. Passa horas sonhando em curtir mais a vida pessoal e, quando menos espera, lá está o diabinho sussurrando no ouvido que descansar demais é o caminho para rotina ociosa. É exatamente sobre a busca por esse equilíbrio que vários filósofos se debruçaram. Na Roma antiga, como lembra Jesus Vázquez Torres, o trabalho era tratado apenas como negócio, enquanto o ócio era o tempo fundamental para a pessoa pensar, refletir e se relacionar. Portanto, nada de se culpar.
Agora, se você já calculou quantas horas extras serão necessárias para realizar um trabalho de forma mais rápida, ou somou a quantia de dinheiro necessária para viajar ou trocar de carro, pode ser que tais atitudes lembrem o que já dizia Karl Marx (1818-1883). "Quando se trabalha por motivos de reconhecimento e de posses, o trabalho se torna um vício, daí o termo workaholic. É algo que Marx chamou de alienação pura do trabalho", afirma Vázquez. 
Nesse ponto, a filosofia estimula a reflexão propondo o seguinte pensamento: de que forma nos dedicamos e para quê? "Quando o ter coisas se confunde com o ser pessoa, você deixa de ser um humano para se transformar em alguém completamente perdido de si mesmo", opina o especialista. 

quinta-feira, 14 de junho de 2012

AH, O AMOR! por Gustavo Ranieri

O roteiro todo mundo sabe: você conhece alguém, se apaixona, começa a namorar e, quem sabe, um dia percebe que é com aquela pessoa que deseja compartilhar uma vida. O que talvez tenha passado  em branco é que algumas sensações e intenções vividas guardam muito mais filosofia do que se imagina. O friozinho na barriga que vem ao se conhecer alguém interessante é o início do que muitos filósofos estudaram como o desejo de amar. " O amor é uma inspiração e visa a alguma forma de realização", destaca Guilherme Castelo Branco. 
Mas, assim como a filosofia, o amor também é múltiplo. Platão, por exemplo, chegou até a apresentar esse tema com o conceito que nos acostumamos a chamar de almas gêmeas. "No diálogo "O Banquete", escrito por Platão, a ideia do amor vem como predestinação. Duas pessoas se buscam porque eram antes inteiras e depois foram cindidas em duas metades. Para Sócrates há o amor como Eros, ou seja, você ama aquilo que te falta. E tem Santo Agostinho (354-430), que fala do amor por Deus, o amor por outro homem e por si mesmo", afirma Dulce Critelli, titular do Departamento de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). 
Se você é do tipo que adora dar presentes, lembre que até esse aspecto comunga com a filosofia. É o momento, como explica Castelo Branco, em que você mostra que não está trancado em seu próprio mundo, mas sim aberto para compartilhar com os outros. "Numa sociedade de consumo em que todos pensam em poupar o máximo possível e dar o mínimo, dar um presente é uma coisa generosa, uma grande qualidade altruísta", afirma.
E, entre tantos nomes, não podemos esquecer que quando falamos de amor nos remetemos, em algum momento, à visão do filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788-1860), para quem duas pessoas se apaixonavam  e casavam com o objetivo inconsciente de fazer do amor a garantia da perpetuação da espécie e de si mesmo em um novo ser. "A inclinação crescente entre dois amantes é, propriamente falando,  já a vontade de vida do novo indivíduo, que eles podem e gostariam de procriar", dizia. 

sexta-feira, 8 de junho de 2012

VAMOS SER AMIGOS por Gustavo Ranieri

É impossível saber como o filósofo Aristóteles (384-322 a.C.) reagiria se pudesse acessar o Facebook. Mas é provável que se sentisse espantado ao ver a quantidade de amigos que uma pessoa costuma manter na rede social. Nascido na Grécia e aluno de Platão (428-348 a.C.), a amizade foi um dos assuntos aos quais ele mais se dedicou. Dizia no livro Ética a Nicômano que, para existir uma amizade verdadeira, era necessária "a consciência, a qual só é possível se duas pessoas são agradáveis e gostam das mesmas coisas". Quem também muito falou sobre o assunto foi o romano Marco Túlio Cicero (106-43 a.C.), especialmente na publicação Diálogo sobre a Amizade. Ela só seria possível, segundo ele, se tudo o que a envolve fosse verdadeiro e espontâneo. 
Entendido isso, você então começa a se lembrar daqueles que realmente estão presentes, na hora da cerveja e na hora do desabafo, até que a morte os separe. Mas também se recorda de quem muito lhe parecer ser amigo, mas não o era de fato. Mais uma vez, quando essa análise se torna mais profunda dentro da mente, assumimos esse "pensar filosófico".
"O conceito de amizade não mudou em nada. É um modo de lidar com o outro extremamente raro e difícil. Dizia-se que quem tinha amigo não necessitava de análise, e isso continua sendo verdade", salienta o filósofo espanhol Jesus Vázquez Torres, doutor em filosofia e ciências sociais e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). 
Nesse sentido, quando preparamos um jantar para um amigo, um almoço em família ou participamos de uma reunião informal, estamos mais uma vez vivenciando conceitos filosóficos. "Compartilhar um bom prato cria uma atmosfera favorável para a sedimentação de amizades profundas. Amizade é um dom, é puramente gratuita e profunda", diz Torres. 

quinta-feira, 7 de junho de 2012

TUDO É FILOSOFIA por Gustavo Ranieri


São 7h30. Ainda sonolento, você se revira na cama antes de tomar o impulso para se levantar. Depois, toma o café da manhã, escova os dentes e, ainda a caminho do trabalho, começa a se questionar sobre qual será a resposta para a proposta que recebeu da empresa há poucos dias. Se por um lado avalia os benefícios que sua escolha poderá trazer - incluindo mais dinheiro, crescimento e prestígio profissional -, por outro, também sabe que a mesma escolha, poderá angariar inimigos e até prejudicar alguém. 
Qualquer que seja sua profissão, a cena aqui descrita certamente já aconteceu com você, mesmo que em contexto diferente. E a oferta de se posicionar a favor de alguém ou de omitir alguma informação importante em troca de benefícios, por exemplo, pode até ter soado tentadora. Mas o que você talvez não saiba é que, no momento em que decidiu refletir melhor sobre as dúvidas que martelavam o cérebro, você esteve, ainda que de forma simples, "bebendo" no estudo milenar da filosofia e debatendo um assunto que há muito é tratado por ela: a ética. Sim, porque tudo é filosofia e, desde seu surgimento na Grécia, por volta do século 6 a.C, até os dias de hoje, ela está mais presente do que se imagina.
"A gente discute a ética o tempo inteiro. Sempre que abrimos os olhos para um cerne de questões que têm vinculação com pessoas que estão ao nosso lado, estamos pensando ética", enfatiza Guilherme Castelo Branco, líder do Laboratório de Filosofia Contemporânea da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). "Além disso, ela também tem a ver com nosso trabalho. Como nos comportamos eticamente nessa relação produtiva, uma vez que envolve outras pessoas, interesses e oportunidades que você pode ter e que, muitas vezes, prejudicam outras pessoas?", questiona ele.
Mas não é somente no ambiente de trabalho que tal tema vem à tona. Quando nos revoltamos com alguém que fura a fila, seja no supermercado, seja no cinema, estamos, mesmo que por poucos segundos, questionando a ética. O mesmo acontece quando nos indignamos ao ver alguém ser enganado. 

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

111111 | 121212

O 111111 | 121212 é um projeto fotoliterário meu (Fabi M.) e de Glória Lopes. Começou hoje, 11/11/11 e "termina" em 12/12/12. Uma viagem, uma aventura. A idéia é discutir Luz e Sombra, um fenômeno fundamental tanto no universo fotográfico quanto no literário. Ao final dessa jornada esperamos ter em mãos um romance que está sendo escrito por Glória e ilustrado por mim. O livro "Andarilho das Trevas" é um diálogo entre fotografias e textos. Trata das angústias e medos diante do desconhecido e dos fantasmas interiores. A história narra as buscas de uma jovem por seu namorado desaparecido; nesse caminho ela terá que vencer seu medo do escuro e vai descobrir que a Luz, em muitos casos, pode cegar.

O blog é um recurso para experimentação e pesquisas dos conceitos envolvendo Luz e Sombra nos mais diversos setores do conhecimento humano: artes, fotografia, filosofia, psicologia e onde mais essa metáfora possa ser aplicada. As abordagens pesquisadas no blog servirão de apoio no processo criativo de elaboração do livro que será lançado em 12/12/12, coroando nossa aventura.

Dará tempo?

sábado, 12 de fevereiro de 2011

MAHATMA GANDHI


O líder pacifista hindu e guia espiritual Mohandas Karamchand Gandhi, mais conhecido como Mahatma Gandhi, foi a principal personalidade na luta pela independência da Índia, país colonizado pela Inglaterra. Um longo jejum foi sua arma de resistência pacífica à dominação do império britânico. O fato comoveu o mundo e obrigou os ingleses a dar a independência aos hindus. A trajetória desse homem (1869-1948) pode ser compreendida em quatro períodos: 1) a infância e a adolescência em Porbandar, cidade litorânea no noroeste da Índia - casou-se aos 13 anos com uma menina da mesma idade com quem viveu por 62 anos; 2) Os quatro anos de estudos em Londres, onde se formou em direito; 3) O início das lutas contra o racismo na África do Sul (também colônia britânica na época); e 4) O retorno à terra natal em 1915. Na África do Sul, onde permaneceu por 20 anos, surgiram os primeiros sinais do que viria a ser o mais forte dos princípios defendidos por Gandhi: a não-violência. Lá conduziu marchas, foi preso e viu milhares de indianos serem escravizados na prisão. Mas, sempre defendendo a resistência sem luta, conquistou vitórias para a população hindo que vivia lá. De volta à Índia, ingressou no Congresso Nacional e liderou uma campanha nacional de não-cooperação com o governo britânico. De figura tímida a respeitado líder, de sujeito teimoso e cheio de manias ao mais amoroso ser humano, Gandhi mostrou como o homem pode se transformar internamente. Viveu de maneira muito humilde - tecia suas próprias roupas -, pregando o amor aos pobres e a necessidade de diálogo entre as religiões. Por causa dessa toler^nacia, foi assassinado em 30 de janeiro de 1948, aos 79 anos, por um fanático religioso hindo que discordava da união entre seu povo e os muçulmanos habitantes da multirreligiosa Índia. A luta entre os dois povos continua, mas os ideias de Gandhi foram imortalizadas e prosseguem levando as sementes da não-violência às mentes, palavras e ações em todas as partes do planeta.

SUAS CINCO PRINCIPAIS LIÇÕES
  • Princípio da não violência, ou ahimsa. Inclui a violência física e a provocada por meio das palavras e pensamentos. Não importa quem começou o conflito. Importa quem vai parar.
  • Eqüidade entre homens e mulheres. Sem ela perpetua-se o conflito. O homem maltrata a mulher, que maltrata o filho e assim o ciclo de violência ganha impulso e se perpetua.
  • Diálogo entre as religiões. Disse Gandhi: "Há tantas religiões quanto indivíduos". Ele fala de tolerância e reconhecimento. Nos ensina a acolher o diferente e colocá-lo em um estatuto tão legítimo como o nosso.
  • Simplicidade. O excesso de consumo era para Gandhi a principal causa da escassez dos recursos naturais do planeta. Evitar o desperdício, em todos os níveis, era uma de suas bandeiras.
  • Amor à verdade. É o único meio de nos tornarmos confiáveis aos olhos dos outros. Se não tenho um compromisso com ela e atendo apenas aos meus interesses não sou digno de confiança. Sem credibilidade, não há tecido social saudável e não há pacto coletivo.

Você pode baixar a obra completa de Gandhi em pdf no site: http://www.distefanoconsultoria.com/ebookgratis.htm

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

MUTAÇÕES A INVENÇÃO DAS CRENÇAS

O Sesc da Vila Mariana está com uma proposta muito legal para quem se interessa em como foi construída a nossa visão cultural que tanto influencia a nossa arte. É tudo de graça. O problema é a lonjura: ainda acaba se gastando no transporte. Mas mesmo assim, pra quem puder ir, é bem interessante. Fica na rua Pelotas, 141. Inscrições devem ser feitas pelo porta SESC SP http://www.sescsp.org.br/ ou em qualquer unidade do SESC SP. Informações no E-mail mutacoes@vilamariana.sescsp.org.br e o telefone de contato 5080-3008 de terça a sábado das 10h às 19h. As conferências sempre começam as 19h30.
Veja a programação
13/08 - FÉ E SABER com OSWALDO GIACOIA JUNIOR
A partir da atualidade do problema da invenção das crenças se reportar, como questão filosófica, à oposição entre fé e saber - que encontra uma versão bastante provocativa na filosofia de Friedrich Nietzche - , a conferência buscará explorar muitas das reflexões nietzchianas sobre as relações entre ciência e fé a partir das coordenadas da epistemologia, da moral, da política, da religião e da estética.
18/08 - CIÊNCIA E RELIGIÃO: CRENÇA CONTRA A CRENÇA? com SERGIO PAULO ROUANET
A conferência terá por ponto de partida a distinção tipicamente iluminista entre a crença baseada no testemunho e a baseada no objeto. Como exemplo da primeira, pode-se citar a "autoridade" do testemunho dos apóstolos de que Cristo ressuscitou no terceiro dia. A crença baseada no objeto é que aquela que irá dizer ser a neve branca, ou que "dois mais dois é igual a quatro". O primeiro tipo de crença é o que chamamos de "fé", e só elas podem ser cognominadas de "crenças", no sentido próprio. O segundo tipo pertence ao domínio da ciência. Por último, será discutida a coexistência de um fanatismo religioso que utiliza as armas da ciência e a técnica (terrorismo islâmico) e de uma ciência que prega o ateísmo como se fosse uma guerra santa (Richard Dawkins), bem como a tentativa de "mediação" entre as duas proposições empreendida por Habermas.
19/08 - ARMADILHAS DA HISTÓRIA UNIVERSAL com MARCELO JASMIN
A crença de que a humanidade está submetida a uma história universal parece ter perdido sua naturalidade no mundo contemporâneo. As dramáticas experiências vividas desde a Segunda Guerra Mundial obrigaram à busca de formas alternativas para a orientação do agir que não as inscritas nas filosofias da história. Dado que muitas comunidades sobreviveram e sobrevivem sem a história, tem-se claro que ela não é uma necessidade natural da humanidade e sim uma invenção civilizatória, em nosso caso grega. Assim, a indagação básica que se faz é se poderíamos prescindir de uma crença na força da história.
20/08 - EVIDÊNCIA, EXPERIÊNCIA E CRIAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO com RENATO LESSA
Discursos a respeito da verdade podem se exprimir por meio de três modos fundamentais: o modo da prova, o modo da demonstração e o modo da persuasão, todos a exigirem a presença de modalidades de crença específicas a cada um deles. Será ainda explorado outro modo de fixação da verdade, qual seja a presença da "evidência" como atributo essencial, bem como a natureza das crenças envolvidas nesse ato de crer em uma evidência.

BOLO BABA DE MOÇA

 INGREDIENTES PARA O PÃO DE LÓ 6 OVOS, 6 COLHERES DE AÇÚCAR, 6 COLHERES DE FARINHA DE TRIGO, 1 COLHER DE FERMENTO EM PÓ, MANTEIGA PARA UNTAR...