Agora vamos sair um pouco das formas humanas e brincar com outras formas de pensar um personagem. Iniciamos tentando refazê-lo como um integrante do reino NATURAL. No reino natural estão presentes os vegetais, a água, o fogo, o vento, a pedra, a terra. Mas não os animais. Estes vão ser tratados à parte. Quando você transporta um personagem de um elemento para outro você pode brincar e ignorar um ou dois dos traços que considerou fundamental a princípio. Mas não elimine a maioria dos traços para que ele não fique totalmente irreconhecível. Neste vegetal mantive a alusão aos cabelos enrolados com a penugem que sai do rosto, os olhos miudos, a sobrancelha grossa, o queixo duplo e o caule com uma leve protuberância para indicar a barriguinha (que depressão rs). O nariz foi tirado para dar mais ênfase ao lado vegetal e outros elementos foram acrescentados como: folhas, caule, raiz.
No reino das MÁQUINAS, você deve se ater normalmente a formas mais estilizadas e simétricas. Confesso que não sou uma grande fã do desenho mais técnico, por isso perdoem esta imagem tão pouco trabalhada. Em geral as figuras mecânicas tem de ter todo um cuidado com detalhes matemáticos, com encaixes verossímeis, com uma dinâmica de movimentação que seja capaz de indicar ao espectador uma lógica de movimentação. Para não descaracterizar, de novo, apesar das formas simples (retangulos, círculos e triângulos), foi mantida a alusão ao cabelo enrolado, ao queixo duplo e a forma arredondada da personagem inicial. O nariz foi adaptado para o formato de formas geométricas simples mas continuou a ocupar o mesmo espaço do original.
O OBJETO é aquele que trata de tudo aquilo que não se encaixa em nenhuma das demais categorias. No caso da vela derretendo, um pouco da "personalidade", mais alegre nas anteriores foi adaptada para a realidade do objeto. Isso ajuda a dar essa sensação de "derretendo" ao personagem e a compor a sensação de continuidade, mesmo para um objeto estagnado. Busque adaptar a personalidade do personagem à natureza do objeto. Isso ajuda na hora do espectador identificar e compreender as razões do personagem.
Bom, após essa visão do inferno (rs, fadinha, ninguém merece), chegamos nos seres de FANTASIA. Neste caso podemos usar qualquer criatura fictícia que tenha surgido em alguma lenda ou mito. Você vai perguntar, ah, posso fazer o Super Homem então? Na verdade não. Você percebe, o Super Homem é um personagem HUMANO com roupas que lhe são características. E ainda não estamos falando de roupas.
As formas ALIENÍGENAS são aquelas que dão mais margem para a imaginação já que ninguém, até hoje, viu a tal forma. É comum que os desenhistas vão buscar inspiração na natureza e experimentem fusões. HUMANO com NATURAL. ANIMAL com MÁQUINA e por aí vai. Em termos gerais, os personagens que dão mais liberdade para as formas são os ALIENÍGENAS.
O personagem ANIMAL é o último sobre o qual irei falar aqui. Normalmente, este tipo de personagem é muito eficaz com crianças e menos eficiente com adolescentes e adultos, apesar de ocorrerem suas excessões. Normalmente quando o ANIMAL é apresentado para adultos e adolescentes, é mais comum que ele seja apresentado como uma junção HUMANO+ANIMAL. Em regra, os animais se dividem em subespécies: RÉPTEIS, MAMÍFEROS, PEIXES, INSETOS e AVES e carregam consigo um pouco da característica animal à qual pertencem.
É lógico, essa classificação aqui feita serve apenas como um ponto de partida já que não existe de fato uma regra para a imaginação humana. Eventualmente, você pode encontrar novas formas de manifestar o seu personagem. No entanto, para um exercício inicial, podemos começar por aqui.
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