Só agora que percebi que não falei sobre a vida e obra de um escritor que eu gosto muito, o Franz Kafka. Então, vamos preencher essa lacuna. Precursor da literatura moderna ocidental, especialmente do conto, Franz Kafka nasceu (1883) e morreu (1924) em Praga, sem reconhecimento pelo seu trabalho. No leito de morte, pediu ao amigo Max Brod que queimasse seus textos, pois se envergonhava deles e acreditava que nunca deveriam ser lidos. Brod não o obedeceu e, graças a ele, sobreviveram obras que hoje fazem parte da biblioteca de clássicos da literatura mundial. "Uma manhã, ao despertar de sonhos inquietantes, Gregor Samsa deu por si na cama transformado num gigantesco inseto", narra o autor no início de A Metamorfose (1916), na qual um homem acorda transformado em uma barata. Em O processo (inacabado, publicado em 1925), Kafka se espelha no personagem Josef K. ( o K. não é mera coincidência), um procurador de banco que se vê vítima de um processo judicial aparentemente sem motivos e sem fim. Era assim que Kafka se via: injustiçado, sem reconhecimento. E é assim a sua literatura, impregnada de dor, feita para não ser bonita. Advogado, em 1920 abandonou o emprego em uma companhia de seguros devido à tuberculose, doença que o levaria à morte em um sanatório. Logo a seguir, suas obras foram publicadas e viraram sucesso. Hoje, nas ruas de Praga, o semblante franzino de Kafka se espalha, estampando canetas, velas, porta-cigarros e camisetas da cidade.
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
FRANZ KAFKA
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