Esta é uma sugestão para quem gosta das histórias do rei Artur e da Távola Redonda. É lógico, existem vários livros do gênero. Mas este é particularmente interessante pois narra a história a partir do ponto de vista de Morgana. Como, em uma análise mais detalhada, a lenda de Artur foi forjada quando o cristianismo foi suprimindo o mito pagão que tinha na figura feminina sua representação máxima, acaba sendo também uma história universal. A mais famosa feiticeira da literatura ocidental vem da saga do rei Artur, contada desde a Idade Média em obras como A Morte de Arthur, de Thomas Malory, e Parsifal, de Wolfram von Eschenbach. No livro, na Bretanha governada por Artur, prospera a religião patriarcal dos cristãos. Mas a misteriosa Avalon, onde Morgana, meia-irmã do rei, preside os ritos ancestrais, veneram-se a Deusa Mãe e a crença pré-cristã das feiticeiras e do saber oculto. Sua grande sacerdotisa é chamada Morgana das Fadas. A ilha de Avalon, porém, está se afastando do mundo real, envolta numa bruma que só as iniciadas podem cruzar. Morgana é a imagem da iniciada. Só à sua intuição ela é fiel e responde. Como maga, nos inspira o saber: o saber da natureza, da magia, dos mistérios. Sabedoria, fé e coragem são suas virtudes, e seu desafio é superar a arrogância, como ocorre com todos os que sabem. Muitas foram as adaptações das lendas arturianas para as novas mídias, mas essa também é uma daquelas histórias que aguarda uma adaptação à altura. Os livros de Marion deram origem a um filme em 2001 com Anjelica Huston no papel, mas parece que ainda não foi dessa vez.
Me lembro também de um gibi que saiu por aqui na década de 80/90 chamado CAMELOT 3000. É contado nas lendas de Camelot que Artur na verdade não teria morrido e sim estaria adormecido, esperando pelo momento em que os valores defendidos por CAMELOT se tornem necessários novamente. Este gibi parte do pressuposto que no ano 3000 a presença do rei lendário se faz necessária por obra da perfídia de Morgana (olha ela aí de novo). Além do atormentado e infeliz Artur tentando soprepujar todos os problemas em sua vida, ainda podemos contar com Merlim e todos os outros personagens das lendas arturianas reencarnados. O detalhe que causou furor na época é que Tristão e Isolda (os primos que não podiam se casar) reencarnam ambos... mulheres! É sacanagem ou alguém lá em cima realmente os odeia! Rs. Fica a história inteira com estas duas tensões romanticas: o triângulo Lancelot, Artur e Guinevere de um lado (será que eles vão trair o Artur de novo?) e Tristão e Isolda (será que ficam ou não ficam juntos?). Tristão é um cara tão zicado que no dia que está no altar para se casar com seu belo vestido de noiva Merlim aparece e devolve para ele todas as suas lembranças de sua vida passada. É ou não é perseguição? Pra quem gostou do argumento corra para a gibiteca ou o sebo mais próximo. Se alguém souber se já tem disponível na net dá um toque.
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