Ana Terra é uma heroína brasileira criada por Érico Veríssimo (1905-1975) em sua trilogia O TEMPO E O VENTO. Episódio crucial da obra máxima desse escritor gaúcho, Ana Terra narra a história da filha do pampa que, nas ermas terra do pai, encontra o ferido Pedro Missionero, índio valente, sonhador e sensível. Irrompe a paixão, fatal para ele. Quando Ana engravida, o pai e dois irmãos cumprem o código do colono branco: Pedro é morto, como Ana previra em sonho. Da união nasce o menino Pedro Terra. São dias sem calendário, em algum ano do século 18. Vêm os castelhanos invasores. Ana esconde o filho, a cunhada, a sobrinha: finge ser a única mulher da casa. O pai e os irmãos morrem. Os sobreviventes partem para a recém-fundada Santa Fé. Lá Ana ergue seu rancho e torna-se parteira. Vêm as guerras platinas. Pedro Terra, já moço, é convocado. Volta vivo, mas é chamado outra vez. Ana, mãe da terra, novamente o aguarda num silêncio que encerra o episódio, com força imensa. Ana tem as virtudes da Mãe Terra: procriadora, protetora, invencível. E, não por acaso, parteira, pois, como a própria vida, renasce sempre. Se você já tem uma pequena vivência de épicos na literatura e no cinema talvez esteja tendo um dejavú ao ler essas frases. Este tipo de épico que narra, através de um personagem, a história de uma nação já se tornou um estilo inerente às culturas ocidentais e orientais. Talvez tenha nascido lá atrás com Homero. É um patrimônio mundial que já foi consagrado em épicos como E o vento levou..., Indochina, A casa das sete mulheres, etc.
Deixo aqui o trecho histórico em que Scarlet O'hara faz o seu juramento:
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