Os primeiros calendários que conhecemos surgiram entre os sumérios, um povo que dominou a região entre os rios Tigre e Eufrates (atual Oriente Médio) entre 3500 e 2500 a.C. Foram criados pelos sacerdotes, que estudavam detalhadamente o céu e os astros para entender os desígnios do deus Enlil.
Visando servir às necessidades cotidianas dos sumérios, os criadores desses calendários dividiram o ano em doze partes fixas às quais era acrescida, de tempos em tempos, uma décima-terceira. Os "meses" sumerianos eram:
1. tempo do morador do santuário, ou seja, o sacerdote;
2. tempo de conduzir o gado para as pastagens;
3. tempo de cozer os tijolos;
4. tempo de recolher o gado;
5. tempo das queimadas para a plantação;
6. tempo da festa para o deus Ishtar;
7. tempo das peregrinações ao templo sagrado;
8. tempo de abrir os canais de irrigação;
9. tempo de arar a terra;
10. novas festas religiosas;
11. tempo de semear;
12. tempo de colher as sementes.
Assim como os sumérios, um outro povo muito antigo também desenvolveu seu calendário próprio: os chineses. Apesar de ocuparem a região da atual China desde 5000 a.C., os chineses antigos realizaram uma centralização do poder nas mãos de um único rei "apenas" em 1800 a.C. Iniciava-se a primeira dinastia chinesa, chamada de Hsia. Foi nessa dinastia que surgiu o primeiro calendário chinês de que temos notícia.
Na realidade, eram dois calendários: o ano civil, usado pela massa popular, era determinado pelos movimentos da Lua e o ano astronômico, pelo ciclo solar. Este último era usado pelos governantes que determinaram que os anos seriam contados com base nas dinastias, como também ocorreu no Egito. Assim, temos o ano 1 da dinastia Hsia, o ano 2 da dinastia Hsia e assim sucessivamente até o final dessa dinastia. Aí começa novamente a contagem: ano 1 da dinastia Shang e assim por diante.
Tal calendário foi abandonado pelo governo chinês que assumiu o poder com a proclamação da república em 1911, quando foi adotado o calendário gregoriano (o nosso) a fim de facilitar as relações com o mundo ocidental.
RICARDO DEGUER
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