terça-feira, 31 de agosto de 2010

HENRI CARTIER-BRESSON



Como durante este mês de Setembro estaremos trabalhando os grandes fotógrafos nas nossas oficinas, iniciarei falando do chamado "pai do fotojornalismo": Henri Cartier-Bresson. Não encontrei muita coisa traduzida dele na internet. No Youtube tem um vídeo de baixa qualidade com uma entrevista dada pelo próprio pouco antes de sua morte. Para quem se interessar o endereço é http://www.youtube.com/watch?v=cqzT0W_KLUw&feature=related . Henri Bresson é um francês de classe média alta que tem uma formação clássica, tendo sido, inclusive, um artista plástico. Pode-se dizer que sua perspectiva de vida, gênio forte e até mesmo uma certa arrogância que parece ser inerente aos percursores desta profissão foram talhadas pelo período em que viveu. Tendo inclusive lutado na segunda guerra e ficado confinado à um campo de concentração acabou fazendo de sua vida uma busca constante do momento histórico e das relações pessoais. Segundo ele mesmo, este olhar capaz de perceber o momento é um talento e quase sempre dava a entender que é muito difícil para quem não tem o "dom" aprender a desenvolver este olhar. Foi o fundador da lendária Agência Magnum que acabou influênciando toda a produção fotográfica mundial a partir de sua fundação tendo criado outros nomes lendários da fotografia. Em seu livro "O Momento Decisivo", Bresson fala um pouco a respeito de sua formação. Veja alguns trechos tirados do livro e as imagens que ele estava batendo no período.


" Em 1931, quando tinha vinte e dois anos, viajei à África. Na Costa do Marfim comprei uma câmara-miniatura de um tipo que nunca tinha visto antes e nunca veria depois. Era fabricada pela firma francesa Krauss. Empregava filme parecido ao de 35mm sem os dentes laterais. Durante um ano tirei fotos com ela. Ao voltar para a França, revelei os filmes - não tinha sido possível antes pois vivi isolado na mata a maior parte daquele ano - e verifiquei que a umidade tinha penetrado no aparelho: todas minhas fotos haviam sido embelezadas com os padrões superimpostos de samambaias-gigantes."


A REPORTAGEM ILUSTRADA

"O que vem a ser uma reportagem fotográfica, uma reportagem ilustrada? Às vezes existe uma única foto cuja composição possui tanto vigor e tanta riqueza, cujo conteúdo irradia tanta comunicação, que esta foto em si é toda uma história. Mas isso raramente acontece. Os elementos que, juntos conseguem tirar faísca de um assunto estão frequentemente dispersos - em termos de espaço e tempo - e uni-los por meio da força me parece trapaça. Mas se for possível, fazer fotos do "cerne" bem como de faíscas dispersas do assunto, temos então uma reportagem fotográfica; e a página serve para reunir os elementos complementares que se acham dispersos através de várias fotografias. A reportagem fotográfia ilustrada envolve uma operação conjunta do cérebro, do olho e do coração. O objetivo dessa operação conjunta é retratar o conteúdo de algum acontecimento que esteja em vias de se desenrolar e comunicar impressões. Às vezes, um acontecimento isolado pode ser tão rico em si e em suas facetas, que será necessário cercá-lo de todas as formas em busca de uma solução para os problemas que ele suscita: o mundo é movimento e ninguém pode permanecer estático em sua atitude relativamente às coisas que se movem. Algumas vezes chegamos à foto em questão de segundos; mas ela poderia requerer também horas ou dias. Não existe nenhum plano padronizado, nenhuma regra que oriente o trabalho. A ordem é manter o cérebro alerta, o olho e o coração alerta; e ter elasticidade no corpo."

3 comentários:

  1. Sou completamente apaixonada pelo estilo Henri Cartier Bresson de ser. Ele consegui fazer poesia com os seus momentos decisivos. É uma grande inspiração pra mim. Quando eu crescer, quero ser parecida com ele, por que igual ninguém jamais chegará, ele é inigualável.

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  2. Oi, Gislene. Tudo bem?
    Adorei o texto, mas tenho uma correçãozinha a fazer.
    Essa foto dos tres meninos correndo na água não é do Bresson. Essa foi a foto que inspirou Bresson a virar fotógrafo e é do Martin Munkacsi, um fotógrafo húngaro. Ela tem o título "Three Boys at Lake Tanganyika".

    Bresson fez uma viagem para a Africa e viu essa foto.
    "A única coisa que foi uma completa surpresa para mim e me trouxe para a fotografia foi o trabalho de Munkacsi. Quando vi a fotografia de Munkacsi das crianças negras correndo em uma onda eu não podia acreditar que tal coisa pudesse ser capturada com a câmera. Eu disse droga! E levei a minha câmera e fui para a rua."

    :)

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  3. Tem razão Adri. Me apontaram isso depois mas eu acabei me esquecendo de retificar. Fica aqui o seu toque e os meus agradecimentos por me ajudarem a fazer deste blog cada vez melhor e mais digno como fonte de conteúdos de arte e cultura. Felicidades!

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